O custo total de implementação de um hectare de soja neste ciclo 2024/2025, em Mato Grosso do Sul, é de R$ 5.998,24, ou o equivalente a 51,27 sacas por hectare. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (26) pela Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de MS) e reflete a soma de todas as despesas diretas e indiretas, custos fixos e variáveis e os preços médios apurados entre os meses de julho e agosto nas principais praças do Estado.
Desde o dia 16 de setembro a semeadura da soja está liberada em MS. A expectativa, segundo dados da Aprosoja-MS, anunciados durante o evento de lançamento do plantio, é que para a safra 2024/2025 a área destinada ao cultivo da oleaginosa seja de 4,5 milhões de hectares, um aumento de 6,8%, em comparação à safra de 2023/2024, quando foram destinados 4,2 milhões de hectares no Estado. Com relação à produtividade, a expectativa é de 51,7 sacas por hectare, aumento de 5,9% em comparação ao ciclo anterior.
Estima-se produzir 13,9 milhões de toneladas de soja, um aumento de 13,2%. Na safra 2023/2024 foram produzidas 12,3 milhões de toneladas de soja.
O estudo para o custo de produção considera a utilização de cultivares com biotecnologia IPRO (Bt + Roundup Ready), com produtividade 51,7 sacas por hectare, baseada na média histórica das últimas cinco safras; e preço médio de R$ 117 por saca de 60 Kg.
Quando comparado com o ano anterior, o custo total de produção apresenta retração de 2,8%, contudo, componentes como sementes, tratamento de sementes, corretivos de solo e fertilizantes apresentam incremento que variam de 0,3% a 19,6%.
Em nota divulgada, o economista da Aprosoja-MS, Mateus Fernandes afirma que uma gestão de custos eficiente é essencial para aumentar a margem de lucro na atividade produtiva. “Nosso Estado vem de anos desafiadores e esta nova safra promete continuar exigindo assertividade técnica e financeira do produtor rural. Por isso, olhar para dentro da propriedade, entendendo que cada uma tem sua peculiaridade é o primeiro passo para uma gestão sustentável”, completa Fernandes.
Divisão dos custos
A operação de custeio tem a maior parcela no custo total, representando 57,21%, equivalente a R$ 3.431,60, igual a 29,33 sacas por hectare. Entre os componentes do custeio, os fertilizantes tem maior representatividade, responsáveis por 32,78% do total, equivalente a 9,38 sacas por hectare; as sementes representam 16,58%, igual a 4,74 sacas por hectare, e os fungicidas tem 12,40%, equivalente a 3,55 sacas por hectare.
Os outros custos variáveis, que compreendem o seguro agrícola, impostos e taxas, assistência técnica, manutenção de máquinas e implementos, benfeitorias, despesas administrativas, mão de obra, armazenagem e transporte externo somam 27,40%, igual a 14,05 sacas por hectare, no montante do custo de produção. O custo fixo, composto pela depreciação de benfeitorias, máquinas e implementos, encargos e seguro do capital fixo, representa 6,64%, equivalente a 3,41 sacas por hectare. Já o custo operacional, que considera a remuneração sobre o capital representa 49,71 sacas/hectare, igual a 96,97% do custo total.
Cresce adesão ao controle biológico
Segundo o boletim da Aprosoja-MS, o custo de produção feito pela associação começa a considerar a utilização de biológicos, a fim de comparação com o custo tradicional e para ajuste de análise com produtores que já estão utilizando essa nova ferramenta tecnológica em insumos na produção de soja.
A utilização de biológicos tem ganhado espaço em prol da sustentabilidade e do baixo acréscimo ao custo de produção. O experimento em algumas áreas tem se espalhado pelo Mato Grosso do Sul e ganhado pontos positivos ao olhos do produtor rural. A estratégia tem sido iniciar em áreas menores para avançar com maior confiança nas demais áreas.
Fonte: Campo Grande News